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sábado, 25 de junho de 2011

A CATOLICIDADE DA FÉ REFORMADA E SEUS EQUIVALENTES EVANGÉLICOS


A CATOLICIDADE DA FÉ REFORMADA E SEUS EQUIVALENTES EVANGÉLICOS
NOTA DO CRISTÃO REFORMADO: Mais uma vez, a publicação do texto do Dr. Clark tem fins dialogais. Eu mesmo pedi o livro Doctrine, de Mark Driscoll e Gerry Brashears, a fim de verificar in loco o pensamento dos mesmos.
Dr. R. Scott Clark
Recentemente, Mark Driscoll e Gerry Brashears publicaram um exame da doutrina cristã básica. Martin Downes avaliou proveitosamente a explicação da doutrina de Cristo segundo eles. É interessante ver o modo como dois escritores aparentemente “Reformados” tratam um assunto do dogma católico. Contraste a forma como esta questão é abordada com a forma como ela é tratada pelas Igrejas Reformadas nas Confissões Reformadas.
O artigo 10 da Confissão Belga (1561), diz:
Cremos que Jesus Cristo, de acordo com sua natureza divina, é o único Filho de Deus – eternamente gerado, não feito nem criado, pois assim ele seria uma criatura. Ele é um em essência com o Pai; co-eterno; a imagem exata da pessoa do Pai e o “resplendor da sua glória”, sendo como Ele em todas as coisas. Ele é o Filho de Deus não apenas por ter assumido a nossa natureza no tempo, mas desde de toda eternidade...
O Capítulo 3 da Segunda Confissão Helvética, de Heinrich Bullinger (1561; publicada em 1566), diz:
... como o Pai gerou o Filho desde a eternidade, o Filho foi gerado por uma geração inefável.
A Confissão de Fé de Westminster (1647) [no Capítulo II], diz:
III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade – Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. O Pai não é de ninguém – não é gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.
O Credo de Atanásio diz: “Pois a fé verdadeira é que creiamos e confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e homem. Deus da substância do Pai, gerado antes dos mundos (ante saecula); e feito da substância de Sua mãe, nascido no mundo”.
A expressão “ante saecula” significa, “desde a eternidade”. A Vulgata (Latina) traduz 1 Coríntios 2.7, “Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, que estava oculta, a qual Deus ordenou antes dos séculos (pró tôn aiônôn) para nossa glória”, com a mesma expressão, “ante saecula”. Isso significa “desde a eternidade”. Ela está intimamente relacionada com a expressão encontrada em Romanos 16.27 e Gálatas 1.5 (e em muitos outros lugares) “pelos séculos dos séculos” (eis tous aiônas tôn aiônôn) como “in saecula saecolorum”.
Quando Atanásio diz “gerado antes dos mundos”, está dizendo, “eternamente gerado”. Essa é a doutrina do Credo Niceno quando ele diz “gerado, não feito”. O ponto de contraste é repudiar a noção herética do que “havia quando o Filho não existia”. Eles estavam afirmando o oposto: nunca houve tempo em que o Filho não existisse. O Filho sempre existiu. O Filho sempre foi o Filho. Isso é um grande mistério, é claro, mas o intento dos credos católicos é evidente.
Se a minha compreensão da história recente do evangelicalismo estiver correta, Driscoll e Brashears não são os únicos evangélicos adeptos da doutrina da predestinação que adotaram uma perspectiva similar em relação a essa questão. Será que, talvez isso aconteça devido à forma como os evangélicos não-confessionais se relacionam com a tradição Cristã, com as confissões e com os credos católicos?
Uma vez mais: Se as Igrejas Reformadas confessam que o Filho é eternamente gerado e os evangélicos adeptos da predestinação (YRR) negam isso, podem estes ser descritos adequadamente como “Reformados”? Se os evangélicos adeptos da predestinação não confessam nossa Cristologia, nossa teologia do Pacto, nossa eclesiologia, nossa doutrina dos sacramentos, o que existe em sua teologia, piedade e prática que os tornam Reformados?
FONTE: http://heidelblog.wordpress.com/2010/10/18/the-catholicity-of-the-reformed-faith-and-its-evangelical-counterparts/

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