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sábado, 17 de setembro de 2011

ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL
A ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL COMUNICA A TODOS QUE ESTARÁ REALIZANDO CURSOS DE MÚSICAS E ARTES TOTALMENTE GRATUITAS , COMUNICA TAMBEM QUE TEREMOS AULAS DE TEATRO, AULAS DE DANÇA, APRESENTAÇÃO EM PALCO , TECNICAS DE VOZ (CANTO) COMUNICAMOS QUE AOS EVANGÉLICOS TEREMOS OUTRAS OPÇÕES DISPONIBILIZADAS.
AS VAGAS DA PRIMEIRA TURMA É LIMITADA, PORTANTO CORRAM E NÃO PERCAM ESTA OPORTUNIDADE, ENCAMINHAMOS PARA O ECADE OS REGISTROS DE AUTORIA DE MÚSICA E ARTE ,PROTEJA SUA PRODUÇÃO E AUTORIA JUNTO AO ECADE.
É A ORDEM DOS MÚSICOS DE CARA NOVA NO RIO GANDE DO NORTE, PARA MAIORES INFORMAÇÕES LIGUE 3328- 2286 OU 9672 63 23 DE SEGUNDA A SABADO DAS 08:30 AS 20:30 A OMB, ESTA LOCALIZADA NA RUA JOSÉ LOPES LUCAS 122 NO CENTRO DE GOVERNADOR DIX –SEPT ROSADO.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

QUANTO VALE UM AMIGO?

ESTA PERGUNTA TEMOS FEITO TODOS OS DIAS ,EM VARIAS OCASIÕES E SITUAÇÕES.
OQUE NOS CHAMA A ATENÇÃO É QUE A PALAVRA AMIGO INSPIRA CONFIANÇA QUE MUITAS VEZES NÃO CONSEGUIRMOS TER EM ALGUÉM DA PRÓPRIA FAMÍLIA,

QUANDO VEMOS UMA AMIZADE BONITA COM MUITA FIDELIDADE, LOGO PENSAMOS, SÃO AMIGOS PARA O QUE DER E VIER, E MUITAS VEZES TEMOS VISTOS PESSOAS QUE PRATICAMENTE DEIXAM TODOS SEU AFAZERES PARA SUPRIR A NECESSIDADE DO AMIGO, QUANDO SE DIZ AMIGO DE VERDADE, É SEMPRE ASSIM.

INFELIZMENTE SÃO POUCOS OS AMIGOS QUE PODEMOS CONTAR COM ELES NOS MOMENTOS DE DIFICULDADES, O MOMENTO DE DIFICULDADE SERVE PARA SEPARARMOS OS VERDADEIROS DOS FALSOS AMIGOS, AMIGO VERDADEIRO É AQUELE QUE MESMO NA DIFICULDADE ELE TE APOIA TE DA INCENTIVO, TE LEVANTAS OS ÂNIMOS TE DA UM INJEÇÃO DE FORÇA E TE PÕE PRA CIMA MESMO NAS ADVERSIDADES DA VIDA. AMIGO DE VERDADE NÃO SE PREOCUPA SE A SUA SITUAÇÃO FINANCEIRA ESTA BOA OU RUIM ,AMIGO DE VERDADE NÃO DEIXA V C PRA TRAZ QUANDO ELE ESTA SUBINDO SEMPRE DA UM JEITO DE TE LEVAR COM ELE ,AMIGO DE VERDADE NÃO SE PREOCUPA QUANDO TE EMPRESTA QUE SABE QUE VOCÊ ESTA EM DIFICULDADES E NÃO DEVE TER OUTRA PREOCUPAÇÃO COMO VAI PAGA LO POR AQUILO QUE TE EMPRESTOU OU TE VENDEU. AMIGO DE VERDADE TE OFERECE AJUDA ANTES DE VOCÊ PEDIR, AMIGO DE VERDADE, SE PREOCUPA APENAS EM VER VOCÊ FORA DESTA SITUAÇÃO, AMIGOS DE VERDADE ACREDITA NOS TEUS PROJETOS AMIGO DE VERDADE TE INCENTIVA A LUTAR PELOS SEUS IDEAIS AMIGO DE VERDADE TE DA CONSELHOS, AMIGO DE VERDADE AS VEZES FALA ALGUMA COISA QUE TE DÓI ,MAIS PARA NÃO VELO EM PIOR SITUAÇÃO ELE ARRISCA SUA AMIZADE MAS NÃO TE DEIXA SER ENGANDO OU SE ENGANAR .O VERDADEIRO AMIGO VALE MAIS QUE O OURO REFINADO DIZ A BÍBLIA, ACREDITE UMA VERDADEIRA AMIZADE NÃO TEM OURO QUE PAGUE ,VOCÊ VENDERIA SEU MELHOR AMIGO POR UM PESO DE OURO?

TEM MOMENTOS QUE DESCOBRIMOS QUE TUDO QUE NOS RESTOU FOI EXATAMENTE O QUE NÃO TEMOS, OBSERVE EM SUA VOLTA ,QUANDO VOCÊ VER QUE NÃO TEM SAÍDA VOCÊ ENCONTRARA UM NOME COM CINCO OPORTUNIDADES DE VOCÊ SER FELIZ. JESUS ESTE É SEU VERDADEIRO AMIGO . NESTE VOCÊ PODE CONFIAR.

sábado, 30 de julho de 2011

que bolo lindo

1
O Batismo do Espírito Santo
Jl 2.28,29; Jo 7.37-39; At 2.1-11; 1 Co 12; 1 Co 14.26-33
"E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o
Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado." Jo 7.39
"Você já recebeu o batismo do Espírito Santo?" Uma pessoa que se torna cristã em nossos
dias mais cedo ou mais tarde ouvirá esta pergunta. Tal pergunta geralmente é feita
pelos cristãos carismáticos, os quais são entusiastas a respeito das experiências que têm
com o Espírito Santo..
Uma doutrina que antigamente era mais confinada às igrejas Pentecostais e à
Assembléia de Deus agora tem se tornado o ponto de central importância para um
grande número de crentes. O movimento neo-pentecostal tem alcançado praticamente
todas as denominações cristãs. Um senso de empolgação e de avivamento espiritual
geralmente acompanha essa nova descoberta da presença e do poder do Espírito Santo
na Igreja.
O neo-pentecostalismo procura definir a doutrina do batismo do Espírito Santo com base
nas experiências das pessoas. Tal doutrina tem sido amplamente controvertida.
Geralmente, mas não sempre, os cristãos carismáticos consideram o batismo do Espírito
Santo como uma segunda obra de graça, distinta e subseqüente à regeneração e à
conversão. Os carismáticos estão divididos entre eles mesmos quanto à questão, se falar
em línguas é um sinal necessário ou uma manifestação do "batismo".
Os pentecostais apontam para o padrão no livro de Atos, onde os crentes (os quais
experimentaram a obra regeneradora do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes)
foram cheios do Espírito Santo e falaram em línguas. Este padrão bíblico, que inclui um
lapso de tempo entre a conversão e o batismo do Espírito, é usado então como norma
para todas as épocas.
Os pentecostais estão certos em ver certa distinção entre a regeneração pelo Espírito
Santo e o batismo. Regeneração refere-se ao Espírito Santo dando nova vida ao crente -
vivificando aquele que estava morto no pecado. O batismo do Espírito Santo refere-se a
Deus capacitando seu povo para o ministério.]]Embora a distinção entre a regeneração e
o batismo do Espírito Santo seja legítima, transforma o lapso de tempo entre ambos
numa norma para todas as gerações é uma atitude improcedente. O padrão normal
desde os dia dos apóstolos tem sido que os cristão recebem a capacitação do Espírito
Santo juntamente com a regeneração. Não é necessário que o crente busque uma
segunda e especifica obra do batismo do Espírito depois da conversão. Todos cristão é
cheio do Espírito, numa medida maior ou menor, dependendo da correspondência de
consagração a ele.
Outro problema com doutrina pentecostal é que ela tem uma visão incorreta do
Pentecostes, o qual é uma "linha divisória" na história do Novo Testamento. No Antigo
Testamento, só alguns crentes selecionados foram dotados por Deus com dons para o
ministério (ver Nm 11). Este padrão mudou no Pentecostes, quando todos os crentes
presentes (todos judeus) receberam o batismo. Semelhantemente, nos derramamentos
posteriores, os convertidos samaritanos (At 8), o crentes na casa de Cornélio (At 10) e os
discípulos gentios de João Batistas que viviam em Éfeso (At 19), todos receberam o
batismo do Espírito.
2
Os primeiros crentes não acreditavam que os samaritanos, os prosélitos e os discípulos
de João Batista pudessem ser cristãos. Desta maneira, o batismo do Espírito Santo serviu
como confirmação de sua membresia na Igreja. Visto que cada um desses grupos
experimentou o batismo do Espírito Santo da mesma maneira que os judeus
experimentaram no Pentecostes, a inclusão deles na Igreja era inquestionável. O próprio
Pedro foi o primeiro a experimentar isso. Quando viu o Espírito Santo descer sobe os
gentios tementes a deus na casa de Cornélio, ele concluiu que não havia nada que
impedisse que fossem aceitos plenamente como membros da Igreja. Pedro disse: "Pode
alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também
receberam como nós o Espírito Santo?" (At 10.47).
Os episódios subseqüentes do batismo do Espírito Santo, depois do Pentecostes devem
ser entendidos como uma extensão do Pentecostes, por meio do qual todo o Corpo
recebeu dons para o ministério. Na igreja do Novo testamento nem todos os cristãos
falaram em línguas, mas todos os cristãos receberam dons do Espíritos Santo. Desta
maneira, se cumpriu a profecia de Joel (At 2.16-21).
Sumário
1. O batismo do Espírito Santo é uma obra distinta da qual o Espírito dota os crentes com
dons para o ministério.
2. No livro de Atos, o Espíritos Santo foi derramado sobre quatro grupos (judeus,
samaritanos, prosélitos e gentios), indicando que todos estavam incluídos na igreja.
3. O Pentecostes cumpre a profecia do Antigo Testamento de que o Espírito seria
derramando sobre todos os crentes e não sobre um grupo restrito.
Autor: R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã.
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Estudos Bíblicos - Curso Teológico
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

SOLO CHRISTUS: A Fé Centrada em Cristo
À medida que a fé evangélica PROTESTANTE se secularizou, seus interesses se confundiram com os do mundo
• O resultado foi a perda das verdades absolutas, o individualismo, (eu faço o que eu quero, pastor não manda em mim!) Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? (I Coríntios 3: 4).
• A substituição da santidade pela integridade(Qualidade de íntegro; inteireza.
Retidão, imparcialidade), Santidade é dom de Deus, ao passo que integridade é desenvolvida pelo homem, em outras palavras isto é humanismo.
• Perda do arrependimento pela recuperação(O arrependimento liberta na hora, através de Cristo, SOLO CHRISTUS. Mas hoje em dia a maioria das pessoas diz diante do apelo para aceitarem Jesus, eu vou me libertar disso ou daquilo primeiro depois eu O aceito. SOLO CHRISTUS liberta.
• Perda da verdade pela intuição, (Verdade é a palavra de Deus, Jo. 17,17, intuição é a visão humana, é o modo do homem perceber, discernir; é o que o homem pensa).
• Perda da fé pelo sentimento, (ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem, ao passo que sentimento é o ato de perceber, apreciar; ter noção, Palpite, pressentimento, mas tudo isso está longe da inabalável FÉ que norteou a igreja por séculos).
• Por fim a perda da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata.
• Nesse contexto Cristo desaparece e sua cruz se desloca do centro da visão de muitas igrejas.
Solo Christus
• A igreja deve reafirmar que sua salvação é realizada unicamente pela obra mediatória e vicária de Cristo no golgota.
• Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
• A igreja deve negar que o evangelho esteja sendo pregado se a obra vicária de Cristo não estiver sendo declarada, e se a fé em Cristo e em sua obra não estiver sendo pregadas.
SOLA SCRIPTURA.
• Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual na prática não está sendo guiada pela bíblia e sim pela cultura.
• Técnicas terapêuticas são usadas, em lugar da verdadeira cura divina. Confissão positiva.
• Pensamento positivo em lugar da verdadeira fé. Quando Jesus dizia “ se tu podes crer, tudo é possível ao que crê, Ele na verdade queria levar o ser humano a crer Nele e operar milagres pelo Seu infinito poder e não por capacidade humana. Muitos hoje pegam o texto de filipenses 4,13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece, e fazem uma pregação humanista onde o homem é praticamente o centro,onde homem se cura, se levanta, muda de vida etc. Mas indo ao contexto Paulo diz:Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
• Teologia da prosperidade em lugar de conformar-se com as coisas humildes.
• Estratégias de marketing, no lugar da verdadeira pregação. Pregadores que divertem o público em vez de esclarecer a verdade da palavra. Pregam para sua própria glória e não para a glória de Deus.
• O mundo muitas vezes tem mais voz sobre a igreja, e em como ele deve funcionar, e no que deve oferecer, do que a Palavra de Deus.
• Os pastores não supervisionam o culto. Os cultos em muitas igrejas são motivo de escândalo para os descrentes.
• Não se importam mais com a doutrina dos costumes.
• A música nas igrejas não é mais a mesma.Alguns cultos parecem veradeiras festas mundanas.
• À medida que a autoridade bíblica é abandonada na prática, as verdades se enfraqueceram na consciência dos crentes. As principais doutrinas da igreja perderam sua primazia, a igreja está sendo cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.
• Em vez de adaptar a fé cristã para satisfazer as pessoas do mundo, devemos proclamar a Bíblia como única regra de fé e prática, justiça, verdade, e o evangelho como a único meio de SALVAÇÃO.
• A verdade da bíblia é a única regra para a disciplina da igreja.
• A Bíblia precisa ser ensinada e pregada na igreja.
• As pregações precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensinos, não a expressão da opinião ou da idéia de Pastores e lideres cristãos.
• Devemos deixar O Espírito Santo nos dirigir pelo conteúdo das Escrituras.
• Sem as Escrituras nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra da bíblia, e não a experiência humana deve ser pregada como única verdade que liberta. Sola Scriptura deve ser pregada.
• A igreja deve reafirmar que só a Escritura,inerrante palavra de Deus é fonte única da revelação divina escrita, única para convencer a consciência humana.
• A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação, para nos libertar do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
• A igreja deve negar que qualquer credo, concílio ou indivíduo fora de Cristo do Espírito Santo e da Palavra de Deus possa constranger a consciência de uma pessoa.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O FALSO LIVRE ARBÍTRIO
A maior parte das Igrejas Evangélicas, a Igreja Católica Romana e Seitas
Cristãs, pregam que o homem é dotado de livre arbítrio, tendo portanto total liberdade
para escolher ou não a servir a Deus.
Será que o homem é dotado de tamanha liberdade?
Depende única e exclusivamente do homem aceitar ou não Jesus?
O que a Palavra de Deus realmente diz?
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a
vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a
fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.”
(João 15:16)
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em
que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados... Nós
amamos porque ele nos amou primeiro.”
(João 4:10,19)
Não fomos nós que escolhemos servir a Deus, antes foi Ele quem nos escolheu
primeiro.
“... assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele,
para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua
vontade...”
(Efésios 1:4-5)
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia. E prossegui: Por causa disto, é que vos tenho dito:
ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.”
(João 6:44,65)
O homem não tem tamanha liberdade de escolha, mesmo porque, devido a nossa
herança adâmica pecaminosa, se resolvermos não pecarmos mais, conseguiríamos?
Onde está portanto o nosso livre arbítrio? Servimos a um Deus Soberano, que
tudo faz segundo o conselho da sua vontade e não da nossa vontade.
“Assim, pois não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar
Deus a sua misericórdia.” (Romanos 9:16)
“... porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2:13)
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para
que fôssemos como que primícias das suas criaturas.” (Tiago 1:18)
A Bíblia apresenta alguns exemplos claros com homens de fé, como Jeremias, Jonas
e o próprio apóstolo Paulo, entre os quais, permite concluirmos que não existe livre
arbítrio.
“A mim me veio, pois, a palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te
formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te
consagrei, e te constituí profeta às nações.” (Jeremias 1: 4-5)
“Quanto, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela
sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu pregasse entre os
gentios, sem detença, não consultei carne e sangue...” (Gálatas 1:15-16)
Jeremias e Paulo já tinham sido escolhidos por Deus, antes mesmo do seu
nascimento, de acordo com a vontade soberana do Criador; assim como todos os
verdadeiros crentes.
“Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram
escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum
deles havia ainda.” (Salmos 139:16)
Não cabe ao homem determinar o seu caminho e sim ser direcionado pela
vontade do Criador.
“Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem
ao que caminha dirigir os seus passos.” (Jeremias 10:23)
Surge então a pergunta: O homem pode rejeitar a escolha de Deus? Jeremias
descobriu que isto era impossível. Quando tentou fugir de seu chamado em uma
determinada circunstância, relatou:
“Quando pensei: não me lembrarei dele e já não falarei no seu nome, então,
isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço
de sofrer e não posso mais.” (Jeremias 20:9)
E mais tarde Paulo confirma: “... porque os dons e a vocação de Deus são
irrevogáveis.” (Romanos 11:29)
Observe o relato da vocação, fuga e castigo de Jonas:
“Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai
à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis; e, tendo
descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e
embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.
Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande
tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar. E diziam uns aos outros
(marinheiros): Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos
sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. Disseram- lhe:
Que te faremos, para que o mar se nos acalme? Porque o mar se ia tornando cada
vez mais tempestuoso. Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se
aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande
tempestade. E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua
fúria. Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve
Jonas três dias e três noites no ventre do peixe.” (Jonas 1:1-4,7,11,12,15,17)
Jonas ora ao Senhor no ventre do peixe e:
“Falou, pois, o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra.”
(Jonas 2:10)
Jonas prega em Nínive.
“Veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas, dizendo: Dispõe-te, vai a
grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo.
Levantou-se, pois, Jonas e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive
era cidade mui importante diante de Deus e de três dias para percorrê-la.
Começou Jonas a percorrer a cidade de caminho dum dia, e pregava, e dizia:
Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.” (Jonas 3:1-4)
O Senhor mandou Jonas pregar em Nínive, Jonas desobedeceu, pegou um navio
e foi para outra cidade. Deus lançou sobre o mar uma tempestade. Jonas reconheceu que
isto acontecia em virtude de sua desobediência, e pediu para os marinheiros lançaremno
ao mar a fim de cessar a tormenta. Jonas foi engolido por um grande peixe, onde
esteve três dias e três noites. Jonas ora ao Senhor, e o Criador faz o peixe vomitar Jonas
na terra. Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, e este levantou-se e foi pregar
aos ninivitas. Onde estava o livre arbítrio de Jonas? Embora tenha feito a sua própria
escolha, a que realmente prevaleceu foi a escolha do Criador, porque o Senhor é
Soberano. Surge portanto a questão: O homem é um robô nas mãos de Deus? De forma
alguma. Assim como Jonas, temos uma liberdade vigiada de escolhermos um caminho a
seguir. Quando escolhemos um caminho contrário ao estipulado por Deus sofreremos as
conseqüências, assim como Davi, Jonas, entre outros, sofreram.
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear,
isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne
colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida
eterna.” (Efésios 6:7-8)
Os verdadeiros cristãos já tem a vocação divina de realizar boas obras.
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6)
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais
Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10)
Embora antes de nossa conversão, estávamos mortos espiritualmente, destituídos
da Graça de Deus, não tínhamos como aceitarmos a Jesus, pois
“... Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem
busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o
bem, não há nem um sequer.” (Romanos 3:10-12)
Entretanto “Ele nos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e
pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o
príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as
inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da nossa carne e dos pensamentos;
éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Porque pela graça
sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se glorie.” (Efésios 2:1-3;8-9)
Portanto não fomos nós que aceitamos a Jesus, antes foi ele que nos aceitou
como filhos amados.
Este estudo trata de temas extremamente complexos, predestinação, salvação
eterna e falso livre arbítrio. Espero ter contribuído para expor todas estas verdades ao
leitor. Deixo claro que o compromisso desta obra é analisar a Palavra de Deus como um
todo, inclusive o contexto onde cada versículo está inserido.

sábado, 16 de julho de 2011

REFORMA A REFORMA A reforma começou como um protesto religioso contra algumas práticas e ensinamentos da igreja católica romana no século dezesseis. Essa reforma resultou em vários grupos de protestantes (aqueles que protestavam contra a igreja católica) através da Europa que se desvencilharam da igreja mãe, por estarem fartos da a sua corrupção e controle e por descordarem em pontos chave da teologia. SEMENTES DE MUDANÇA Idéias de reforma estavam flutuando pela Europa por alguns séculos. John Wycliffe na Inglaterra, Jan Huss em Bohemia, Savonarola na Itália e outros que ousaram falar contra as regras da igreja. No entanto, Martin Lutero começou verdadeiramente o conflito quando em outubro de 1517, martelou as suas noventa e cinco teses (discordâncias de regras da igreja) na porta de todas as igrejas católicas em Wittenberg, Alemanha. A porta da igreja era uma espécie de quadro de avisos, então isso não foi vandalismo - mas poderia ter sido considerado como tal por causa do grande estrago que as críticas de Lutero causaram. Qual eram os temas? A igreja estava vendendo indulgências. Grandes doadores podiam comprar perdão para eles próprios ou para aqueles amados que já haviam partido. O dinheiro arrecadado pagaria as dívidas que o novo bispo tinha acumulado quando comprou a sua nova posição. A igreja estava encobertando o esquema pois parte deste dinheiro foi para construir uma nova basílica em Roma. Para Lutero isso só somava a um padrão de corrupção e a uma liderança nada espiritual. Além de achar isso corrupção, Lutero também discutia dizendo que esse era um sistema de obras contrario a mensagem da bíblia de redenção e graça. Naquele tempo, ele não tinha a intenção de deixar a igreja católica ou começar uma nova religião, mas a resposta nada produtiva da igreja o forçou a fazer exatamente isso. OS PRINCíPIOS DA REFORMA Alguns anos antes de começar essa aventura, Lutero estava estudando o livro de Romanos. Foi nessa época que ele finalmente enfrentou a graça de Deus pessoalmente. A igreja não estava ensinando muito sobre graça naquela época: a salvação era merecida por boas obras e observância religiosa, e aparentemente podia-se obter o perdão através de troca. Quando Lutero descobriu o ensinamento bíblico que dizia que "o justo viverá pela fé", a sua vida mudou e conseqüentemente o mundo também. Esse princípio - justificação pela fé - formou a base do pensamento reformista. Como era a fé individual de cada pessoas que o ligava com Deus, não havia necessidade de ter um sacerdote ou um papa para mediar o relacionamento. Daí que surgiu o conceito do "sacerdócio do que crê". E se cada um que cresse pudesse ficar diante de Deus pessoalmente, então todos poderiam escutar a palavra de Deus e interpretá-la. Nesse caso a bíblia se tornava a autoridade e não as autoridades da igreja. O ato de traduzir o latim empoeirado da igreja para uma linguagem mais atual, se tornou algo muito importante para os reformistas. E, como o pão e o vinho não podiam salvar uma pessoa, o conceito da ceia do Senhor mudou para os reformistas. Apesar de diferentes grupos de protestantes terem visões diferentes nesse ponto, todos concordaram que tomar a comunhão não tinha o efeito salvador; era a fé em Cristo que deu o seu corpo e o seu sangue por nós que poderia salvar. O IMPACTO DA REFORMA A reforma protestante mudou completamente a paisagem religiosa do mundo ocidental. A hegemonia católica romana foi quebrada. Os protestantes desafiaram com sucesso um regime opressivo repleto de corrupção. Por outro lado , eles abriram as portas para todos tipos de novas heresias e grupos de vanguarda. Não é de se estranhar que o numero de denominações protestantes continua crescendo ao mesmo tempo em que as novas igrejas se desvinculam das velhas igrejas. A ênfase num relacionamento individual com Deus e a capacidade de interpretação das escrituras criaram um ambiente de vitalidade e criatividade, mas também tinha o potencial para um caos e divisão. A reforma também instigou revoluções políticas, acadêmicas, cientifica e filosóficas. Não é por acaso que a reforma veio logo depois da renascença. Em muitos aspectos elas eram o mesmo movimento - uma nova liberdade para as pessoas interagirem com a sua própria verdade. O Humanismo, o individualismo, o nacionalismo e muitos outros "ismos" têm ligações reformistas. O mundo não contestou muita coisa entre os anos de 480 e 1480, porém, por volta do ano de 1580 estava irreconhecível.

domingo, 10 de julho de 2011

PREGUE O EVANGELHO


PREGUE O EVANGELHO
Publicado em 29 de março de 2011 – 17:53
por Pb João Batista
Outro dia estava lendo um livro que Mike Horton me deu na última vez que estive em San Diego – um livro relativamente novo que ele editou e com o qual contribuiu intitulado Justified: Modern Reformation Essays on the Doctrine of Justification. No final do livro Mike relata seis crenças fundamentais que definem a missão da Modern Reformation e do White Horse Inn (seu programa semanal de rádio). Embora as seis crenças sejam fundamentais, fiquei impressionado pela clareza emocionante da crença número 2, sobre a importância da pregação centrada ano Evangelho. Tudo o que ele escreveu aqui não somente define minha teologia de pregação, mas, na minha opinião, é o único tipo de pregação que resgatará a igreja do cristianismo sem Cristo. Eis que o ele escreve:
A Escritura não é de utilidade alguma se a lemos meramente como um manual para a vida diária, sem reconhecer que o seu propósito principal é revelar Jesus Cristo e o seu evangelho para a salvação dos pecadores. Toda a Escritura é sobre Cristo, antecipado no AT e aparecendo em carne no NT. Na Escritura, Deus ordena mandamentos e ameaça com julgamentos os transgressores, bem como dirige a vida do seu povo. Todavia, o maior tesouro enterrado nas Escrituras são as boas novas do Messias prometido. Tudo na Bíblia que nos diz o que fazer é “lei”, e tudo na Bíblia que nos diz o que Deus fez em Cristo para nos salvar é “evangelho”. De forma muito semelhante à piedade medieval, a ênfase em grande parte do ensino cristão hoje é sobre o que temos que fazer, sem uma base adequada nas boas novas do que Deus fez por nós em Cristo. “O que Jesus faria?” torna-se mais importante do que “O que Jesus fez?”. O evangelho, contudo, não é apenas algo que precisamos na conversão, de forma que gastemos o resto da nossa vida cristã obcecados com desempenho; é algo que precisamos todos os dias – a única fonte de nossa santificação bem como de nossa justificação. A lei guia, mas somente o evangelho dá. Somos declarados retos, isto é, justificados, não por algo que aconteça dentro de nós ou por algo feito por nós, mas unicamente pelo ato de Deus creditar a nós a justiça perfeita de Cristo por meio da fé somente.
Pregadores, leiam esse parágrafo continuamente.
Como já disse aqui no blog antes, não cometam o engano de assumir que as pessoas entendem a natureza radical do que Jesus fez, de forma que o nosso ministério de pregação seja focado primeiramente no que as pessoas precisam fazer.
As porções “o que precisamos fazer” da Bíblia são boas, perfeitas e verdadeiras – mas à parte das porções “o que Jesus já fez”, carecemos do poder para fazer o que somos chamados a fazer. Os bons mandamentos de Deus, em outras palavras, não têm o poder de gerar o que eles ordenam. Eles nos mostram como se parece uma vida santificada, mas não têm nenhum poder santificador. Somente o evangelho tem o poder de nos fazer progredir. Esse é o porquê a Bíblia nunca nos diz o que fazer antes de primeiro imergir nosso coração e mente no que Deus em Cristo já fez.
O fato é que qualquer obediência não fundamentada ou motivada pelo evangelho é insustentável. Não importa quão duro você tente, quão radical você seja, qualquer motor menor que o evangelho do qual você esteja dependendo para conseguir poder para obedecer entrará em pane no devido tempo.
Dessa forma, pregue o evangelho!
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – março/2011
Fonte: http://thegospelcoalition.org/blogs/tullian/

Estudo Bíblico na carta aos Efésios


Estudo Bíblico na carta aos Efésios
Introdução: A carta aos Efésios é um resumo, muito bem elaborado das boas novas do cristianismo e de suas implicações, trata-se de uma das mais ricas do Novo Testamento. Ninguém pode lê-la sem ser compilado a adorar a Deus e a ser desafiado a melhorar sua vida cristã. Era a carta predileta de João Calvino. Armitage a chamou-a de “a coroa dos escritos de Paulo”. Assim como o apóstolo proclamava a ordem de Deus à era romana após Augustos, que seria marcada por um “processo de desintegração social”, assim também Efésios é hoje “o livro mais atual da Bíblia”.
1. O autor: O apóstolo Paulo é o autor da carta.
2. Os destinatários: Paulo usa vários termos para descrever os seus leitores:
1) São os “Santos” por terem sido separados para pertencer a Deus.
2) São “fiéis” pode ter um significado ativo (“confiando”, “tendo fé”) ou um significado passivo (“fidedigno”, sendo “fiel”).
3) Estão “em Cristo Jesus”. Estar em Cristo é estar em união vital e pessoal com ele, unido com ele e com o seu povo.
4) Estão em Eféso, originalmente uma colônia grega, agora capital da província Romana da Ásia, era sede do culto à deusa Diana.
3. Data da carta: 61 a 63 d.C
4. A mensagem: O que Deus fez através de Jesus Cristo e continua fazendo através de seu Espírito ainda hoje a fim de edificar uma nova sociedade no meio da velha.
5. Tema central: A nova sociedade de Deus—A igreja.
6. Local onde foi escrita: Possivelmente na prisão em Roma (4.1; 6.20). É a demonstração daquilo que Deus faz através de Cristo e o que devemos fazer como conseqüência disso.
1. TODA BENÇÃO ESPIRITUAL 1.3-14.
I. Vida Nova 1.3—2.10.
Esta primeira seção (13—2.10) descreve “A nova vida que Deus nos deu em Cristo”, e divide-se em 2 partes: A primeira de louvor, Paulo bendiz a Deus por ele nos ter abençoado com toda sorte de benção Espiritual. A segunda, dedicada à oração, Paulo pede que Deus abra nossos olhos para compreendermos a plenitude dessa benção.
LEITURA BIBLICA 1. 13-14.
Todo o parágrafo é um hino de louvor.
Primeiramente, Deus Pai é a fonte ou origem de toda benção de que precisamos (3ª).
Em segundo lugar, a esfera dentro da qual a benção divina é outorgada e recebida é o Senhor Jesus Cristo (3.4).
Em terceiro lugar, há o Espírito Santo (13-14). Sua atividade é mencionada do começo ao fim.
Paulo ressalta aqui que a benção que Deus nos da em Cristo é espiritual.
Ex: 1. A lei de Deus escrita em nossos corações pelo Espírito Santo tem conhecimento de Deus, e o perdão dos pecados.
I. A BENÇÃO PESSOAL DA ELEIÇÃO (4-6)
1. Na eternidade Deus formou um propósito na sua mente.
2. Esse propósito dizia respeito tanto a Cristo como a nós: “nos escolheu nele”.
3. Surgiu do seu favor inteiramente imerecido: para sermos santos: “em amor nos predestinou...” (5,6)
a) A doutrina da eleição é uma revelação divina e não uma especulação humana;
b) A doutrina da eleição é um incentivo a santidade, e não uma desculpa para o pecado. Paulo descreveu aqui que Deus nos escolheu em Cristo para que sejamos santos e irrepreensíveis perante ele (4).
c) A doutrina da eleição é um estimulo à santidade, não um motivo para orgulho—Dt 7. 7-8. A ênfase do 1º parágrafo recai sobre a graça de Deus, o amor de Deus, a vontade de Deus, o propósito de Deus e a escolha de Deus.
II. A BENÇÃO PRESENTE DA ADOÇÃO (5-8)
Nas Romanas os filhos adotivos desfrutavam dos mesmos direitos dos filhos legítimos.
Deus em amor predestinou para ele, para adoção de filhos (5).
1. Um grande privilegio: na eleição Deus pretendia “adotarmos” e nos fazer filhos e filhas de sua família.
2. Uma grande responsabilidade: o pai celestial nos disciplina a fim de sermos participantes de sua santidade (Hb 12.10).
3. A palavra que parece unir o privilégio e a responsabilidade da nossa adoção é a expressão “perante a ele” (4), que significa a vista dele “ou na presença dele” viver a nossa vida consciente de estarmos na presença do nosso Pai é tanto um privilegio enorme quanto um desafio constante de agradá-lo.

III. A FUTURA BENÇÃO DA UNIFICAÇÃO (9-10)
1. A historia não é sem propósito, ela está avançando para um alivio glorioso.
2. O plano de Deus para a plenitude dos tempos “é fazer convergir nele todas as coisas” (10) “convergir”—“Reunir”.
3. Esta convergência para Cristo acontecerá com a submissão de mundo a ele como cabeça.
4. “Todas as coisas” envolvem os cristãos vivos e mortos. A igreja na terra e a igreja no céu. Os anjos também serão incluídos. Bem como o universo que Cristo criou e sustenta.
5. Precisamos aprender com Paulo: a respeito de estar prisioneiro em Roma, ele olhou para trás antes da fundação do mundo (4) e para frente, para a “plenitude dos tempos” (10)
e apoderou-se do que temos agora (2) e do que devemos ser agora (4) a luz daquelas duas eternidades. “Redenção” (7) Remissão de uma divida mediante o pagamento de determinado valor, o preço da liberdade foi “o seu sangue”.
IV. O ALCANCE DESTA BENÇÃO (11-14)
Agora, o apóstolo compartilha conosco três grandes verdades sobre o povo de Deus.
1. O povo de Deus é propriedade de Deus (11). Todos aqueles que estão em Cristo sejam Gentios ou Judeus. Agora são Kleros de Deus embora somente Israel o era no Antigo Testamento (Dt 32.9; EX 15.5... VT. 14). “Herança e possessão”: todos os que estão em Cristo, são de Deus.
2. Somos o povo de Deus pela vontade de Deus.
P.: Como nos tornamos povo de Deus e possessão de Deus?
R.: Foi pela vontade de Deus (Vs 5, 9, 11, 12).
Nossa responsabilidade é mostrada, todavia 1) Ouvimos a palavra da verdade (13), 2) “Tendo crido nele” e 3) Fomos selados com o Espírito Santo.
A certeza de que Deus está ativo na vida de seu povo é dada pelo Espírito Santo que recebe 3 designações (13-14):
1. Ele é o Espírito Santo da promessa, porque Deus prometeu pelos profetas do A.T. e por Jesus que o enviaria, e promete dar hoje a todo o que crê e se arrepende.
2. Ele é o selo de Deus. Um selo é uma marca de possessão.
3. Ele é o penhor de Deus. Nas transações comerciais antigas sig: primeira prestação. Uma garantia com que ele se compromete a levar o seu povo com segurança final.
3. O povo de Deus existe para a gloria de Deus.
P.: Porque Deus nos tornou seu povo?
R.: Para sua glória (5, 6 12-14).
1. Nos destinou para sermos filhos, para louvor da sua graça (5,6).
2. Nos fez sua herança e nos para vivermos para louvor da sua gloria (12).
3. Um dia finalmente remirá o seu povo, que é a sua possessão, em louvor da sua gloria (14).

“A glória de Deus é a revelação de Deus, e a glória da sua graça é a sua auto-revelação como Deus gracioso, tudo quanto temos e somos em Cristo vem de Deus e volta para Deus”. “Começa na sua vontade e termina na sua glória”. O homem caído, tem quase ilimitada no poder de sua própria vontade, e um apetite quase insaciável pelo louvor da sua glória pessoal. Mas a nova sociedade de Deus tem novos valores e novos ideais.
Presbítero. João Batista de Lima

Deus faz com que as pessoas acreditem


Deus faz com que as pessoas acreditem
"Do SENHOR vem a salvação."Jonas 2:9

Talvez esteja você maravilhado de que, se Deus é soberano, por que não salva todo mundo de seus pecados? Sabemos que Deus salva algumas pessoas, mas por que não salva também a outras? Não podemos dizer que algumas pessoas sejam demasiadamente más para que Deus não as salve, porque Paulo, o servo do Senhor, escreveu em 1 Timóteo 5:15 que ele foi o maior dos pecadores. Pelo que, se Deus pode salvar o primeiro dos pecadores, então ninguém é demasiadamente mau para não poder ser salvo. É então Deus incapaz de salvar alguns simplesmente porque eles não desejam serem salvos?

Antes de responder esta pergunta, pensemos acerca da experiência de pessoas que têm chegado a ser cristãs. Antes de chegar a serem crentes, elas não desejavam conhecer a Deus. Elas caminhavam pelos seus próprios caminhos e não pelos de Deus. Então, qual foi a mudança neles que as fez acreditar e se converter nas pessoas que são hoje? Um crente responderia nas palavras de 1 Coríntios 15:10: "pela graça de Deus sou o que sou". Contudo, todos os verdadeiros crentes dirão que, embora fossem responsáveis pelas suas próprias ações, pela Sua graça Deus foi capaz de controlar e dirigir as suas vontades. Isto significa que eles estiveram dispostos a receber a Cristo como Salvador, mas foi Deus quem primeiro lhes deu a disposição de crer. É só uma parte da verdade dizer que a gente não é convertida porque não quer acreditar. Não é toda a verdade. Por que então a gente não crê? A resposta é porque não têm fé. A fé é o dom de Deus, e Deus a concede às pessoas que Ele tem escolhido. Lemos em Atos 13:48 que todos aqueles que estavam ordenados para vida eterna acreditaram.

Assim sendo, a razão do por que Deus não salvou todo mundo é que Deus o Pai é soberano na salvação. Ele outorga o dom da fé salvadora só a quem Lhe apraz. Existem muitos textos na Bíblia que mostram que desde o Pai é soberano na salvação dos homens. Vamos a mencionar alguns exemplos.

Em primeiro lugar, em Romanos 9:21-23 nos diz que Deus é como um oleiro e nós, como o barro. As pessoas a quem Deus tem escolhido e as que não têm escolhido são inteiramente iguais em si mesmas. Se Deus não salvara aqueles que têm escolhido, então todo mundo se perderia; ou seja, todos iriam pro inferno. Mas Deus faz uma diferença entre as pessoas, assim como o oleiro faz da mesma massa diferentes classes de objetos, alguns para enfeitar e outros para usos ordinários.

Deus pode fazer o que quer com o que é dEle, ou seja, com a gente que Ele criou. O Juiz de toda a terra fará o que é justo. A Bíblia, como já temos visto em Atos 13:48, diz que todos os que foram escolhidos para a vida eterna acreditarão. Este versículo mostra claramente que o crer é o resultado da eleição de Deus. Também mostra que só certas pessoas têm sido escolhidas para a vida eterna, o qual significa que eles serão salvos de seus pecados. Este versículo ensina que todos aqueles que são escolhidos por Deus, sem lugar a dúvidas chegarão a acreditar no Senhor Jesus Cristo.

Em segundo lugar, Romanos 11:5 nos diz que existem pessoas no mundo que têm sido escolhidas pela graça de Deus. Também nos diz por que estas pessoas têm sido escolhidas para salvação. Não foram eleitas porque Deus visse de antemão que eram boas pessoas. Foram eleitas simplesmente pela bondade de Deus para com aqueles que não a merecem.

Em terceiro lugar, 1 Coríntios 1:26-29 nos diz que Deus não tem escolhido a muitos sábios, nem poderosos, nem muitos nobres para que acreditem nEle. Ao contrário, tem elegido a alguns dos mais vis e fracos para que sejam Seu povo. Isto nos mostra que é Deus definitivamente quem escolhe às pessoas para que sejam salvas, porque a eleição de gente débil e simples é prova de que a salvação não tem nada a ver com as qualidades das pessoas mesmas. A eleição é inteiramente pela bondade de Deus e não devido a nenhuma outra razão.

Em quarto lugar, em Efésios 1:3-5 lemos que Deus escolheu seu povo antes da fundação do mundo. Em amor os escolheu, para que viessem a serem santos e sem mácula, seus filhos e suas filhas. Isto mostra que o povo de Deus foi eleito antes da queda de Adão, e nos ensina também o motivo pelo que Deus os escolheu. Como o texto o indica, os indicou para serem adotados como filhos Seus, para louvor de Sua glória e de Sua graça (veja os versículos 5, 6 e 12). Também nos diz que foram escolhidos conforme o Seu propósito soberano e Seu beneplácito (veja os versículos 9-11).

Em quinto lugar, em 2 Tessalonicenses 2:13, o apóstolo Paulo agradece a Deus que tenha escolhido os Tessalonicenses para salvação, mediante a santificação pelo Espírito e a fé na verdade. Isto ensina que todo o povo de Deus é eleito para ser salvo e que é o Espírito Santo quem assegura que creiam a verdade.

Em sexto lugar, 2 Timóteo 1:9 declara que Deus chama e salva seu povo, não pelo que tenham feito, senão pela sua bondade e amor e Ele quis demonstrar aos Seus. Também ensina que isto foi determinado pelo conselho eterno da Trindade, antes que o mundo existisse.

Finalmente, a Bíblia nos diz claramente, em muitos outros textos, que Deus tem escolhido um povo para que seja salvo (veja os textos na nota no final deste capítulo). E já que foram eleitos por Deus, eles buscam a Deus. Assim sendo, não há necessidade de temer que Deus não tenha escolhido você; se você O está procurando sinceramente, com certeza é porque Deus escolheu você. Por natureza ninguém busca a salvação de Deus, porque todos estão espiritualmente mortos e separados de Deus. Então, se tu desejas a salvação que Deus dá, esse desejo é evidência de que Deus te ama e está operando em você. Esta é uma das verdades mais alentadoras que se encontram na Bíblia; não duvide, a fé é o dom de Deus. Assim que, se você acredita, Deus tem lhe dado essa fé, porque é o Seu desejo que você a tenha. Esta é uma verdade maravilhosa, não é?


TEXTOS BÍBLICOS:
Os seguintes textos afirmam que Deus tem escolhido um povo para salvação:

Efésios 1:4-5: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade".

Efésios 1:11: "Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade".

Atos 13:48: "E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna".

Marcos 13:20: "E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias".

Romanos 9:11-26: "Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos, pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo".

Romanos 11:5-7: "Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra. Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos".

João 15:16: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda".

Mateus 20:16: "Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos".

Mateus 22:14: "Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos".

2 Timóteo 1:9: "Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos".

2 Timóteo 2:10: "Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna".

1 Tessalonicenses 1:4-5: "Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós".

1 Pedro 1:1-2: "Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia; eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas".

Romanos 8:28-30: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou".
Arthur W. Pink adaptado por Pb João Batista de Lima

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Os cinco Solas da Reforma

Introdução
Martinho Lutero era um monge agostiniano, de origem pequeno-burguesa, da região da Alemanha. Seu rompimento com a igreja católica deu-se por causa da venda de indulgências (Perdão). Para concluir a construção da Basílica de São Pedro, o papa Leão X (1513-1521) determinou a venda de indulgências para toda a cristandade e encarregou o dominicano Tetzel de comerciá-las na Alemanha.
Lutero protestou violentamente contra esse comércio e, em 1517, afixou na porta da igreja de Wittenberg, onde era mestre e pregador, 95 proposições onde, entre outras coisas, condenava a prática vergonhosa da venda de indulgências.
Essas teses foram afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg em 1o de outubro de 1517. Era esse o modo usual de se anunciar uma “disputa”, prática regular da vida universitária. Ao fazer isso, não havia nada de excepcional na atitude de Lutero(1483-1546), pois apenas agia conforme costumes medievais ainda presentes nas universidades européias. Essas disputas eram debates que envolviam professores e estudantes, daí o fato de Lutero pedir para aqueles que não pudessem se fazer presentes às disputas que, ao menos, enviassem suas opiniões por escrito para serem lidas. Portanto, as “teses” deveriam ser vistas como “pontos a serem debatidos” em uma plenária. esse ato público envolvia apenas doutos e seus estudantes, já que eram feitas em latim como demonstra o fato de as teses terem sido escritas originalmente nesse idoma e não em alemão (língua original de Lutero).
O papa Leão X exigiu uma retratação, sempre recusada por Lutero. Lutero foi excomungado e reagiu imediatamente, queimando em público a bula papal (documento de excomunhão). Frederico, então príncipe eleito da Saxônia tornou-se protetor de Lutero, e recolheu-o em seu castelo, onde o Lutero desenvolveu suas idéias.
As principais foram:
• A justificação pela fé, pela qual as aparências têm valor secundário. A única coisa que salva o homem é a fé. Sem ela, de nada valem as obras de piedade, os preceitos e as regras. O homem está só diante de Deus, sem intermediários: Deus estende ao homem sua graça e salvação; o homem estende para Deus sua fé.
• Por isso a Igreja não tem função, o papa é um impostor, a hierarquia eclesiástica, uma inutilidade, afirmava Lutero.
• Outra idéia de Lutero era o livre-exame. A Igreja era considerada incompetente para salvar o homem; por isso sua interpretação das Sagradas Escrituras não era válida: Lutero queria que todos os homens tivessem acesso à Bíblia (por isso a traduziu do latim para o alemão). Todo homem poderia interpretar a Bíblia segundo sua própria consciência, emancipando-se no plano da ideologia religiosa.
Acerca da pregação, Lutero falava especificamente aos jovens pregadores:
Portai-vos em pé com garbo, falai virilmente, sede expeditos (Desembaraçados, ativos, diligentes,). Quando fores pregar, voltai-vos para Deus e dizei-lhe: “Senhor meu, quero pregar para tua honra, falar de ti, magnificar e glorificar o teu nome”. E que o vosso sermão seja dirigido não aos ouvintes mais conspícuos (Notáveis, eminentes e ilustres), mas aos mais simples e ignorantes.
Lembrando do cuidado que tinha Jesus de ensinar com simplicidade. Das videiras, dos rebanhos, das árvores, deduzia Ele as suas parábolas; tudo para que as multidões compreendessem e retivessem a Verdade. Fiéis a esta vocação, nós receberemos o nosso prêmio, senão nesta vida, na futura.
A Reforma teve intuito moralizador, colocando em plano de destaque a moral do indivíduo agora conhecedor dos textos religiosos, que por séculos ficaram sob o domínio privilegiado dos membros da hierarquia eclesiástica Católica. As principais figuras da Reforma foram John Huss (1370-1415), Martinho Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509-1564).
Por volta de 1450-1455 tinha sido impresso pela primeira vez um livro: uma bíblia. A Biblia Latina, impressa por João Gutenberg, com uma edição de cerca de 150 exemplares, uma revolução tecnológica, certamente, mas que dá início a uma revolução social. Até aqui, na Idade Média, os livros eram copiados à mão. A bíblia era um luxo, exclusivo aos elementos da Igreja. A maioria da população, analfabeta, conhece a Bíblia apenas de forma vaga, das visitas à Igreja.
Nos anos seguintes à invenção da imprensa surgiram milhares de bíblias em circulação, impressas primeiro em latim, depois também em Grego, e em Inglês, Alemão, Francês, e demais línguas e dialetos.
Os Cinco Solas da Reforma
A Reforma tem como base 5 pilares que são:
Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria
Somente as Escrituras, Somente Cristo, Somente a Graça, Somente a Fé, Somente a Glória de Deus.
SOLA SCRIPTURA.
• Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual na prática não está sendo guiada pela bíblia e sim pela cultura.
• Técnicas terapêuticas são usadas, em lugar da verdadeira cura divina. Confissão positiva.
• Pensamento positivo em lugar da verdadeira fé. Quando Jesus dizia “ se tu podes crer, tudo é possível ao que crê, Ele na verdade queria levar o ser humano a crer Nele e operar milagres pelo Seu infinito poder e não por capacidade humana. Muitos hoje pegam o texto de filipenses 4,13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece, e fazem uma pregação humanista onde o homem é praticamente o centro,onde homem se cura, se levanta, muda de vida etc. Mas indo ao contexto Paulo diz:Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
• Teologia da prosperidade em lugar de conformar-se com as coisas humildes.
• Estratégias de marketing, no lugar da verdadeira pregação. Pregadores que divertem o público em vez de esclarecer a verdade da palavra. Pregam para sua própria glória e não para a glória de Deus.
• O mundo muitas vezes tem mais voz sobre a igreja, e em como ele deve funcionar, e no que deve oferecer, do que a Palavra de Deus.
• Os pastores não supervisionam o culto. Os cultos em muitas igrejas são motivo de escândalo para os descrentes.
• Não se importam mais com a doutrina dos costumes.
• A música nas igrejas não é mais a mesma.Alguns cultos parecem veradeiras festas mundanas.
• À medida que a autoridade bíblica é abandonada na prática, as verdades se enfraqueceram na consciência dos crentes. As principais doutrinas da igreja perderam sua primazia, a igreja está sendo cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.
• Em vez de adaptar a fé cristã para satisfazer as pessoas do mundo, devemos proclamar a Bíblia como única regra de fé e prática, justiça, verdade, e o evangelho como a único meio de SALVAÇÃO.
• A verdade da bíblia é a única regra para a disciplina da igreja.
• A Bíblia precisa ser ensinada e pregada na igreja.
• As pregações precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensinos, não a expressão da opinião ou da idéia de Pastores e lideres cristãos.
• Devemos deixar O Espírito Santo nos dirigir pelo conteúdo das Escrituras.
• Sem as Escrituras nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra da bíblia, e não a experiência humana deve ser pregada como única verdade que liberta. Sola Scriptura deve ser pregada.
• A igreja deve reafirmar que só a Escritura,inerrante palavra de Deus é fonte única da revelação divina escrita, única para convencer a consciência humana.
• A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação, para nos libertar do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
• A igreja deve negar que qualquer credo, concílio ou indivíduo fora de Cristo do Espírito Santo e da Palavra de Deus possa constranger a consciência de uma pessoa.


SOLO CHRISTUS: A Fé Centrada em Cristo
À medida que a fé evangélica PROTESTANTE se secularizou, seus interesses se confundiram com os do mundo
• O resultado foi a perda das verdades absolutas, o individualismo, (eu faço o que eu quero, pastor não manda em mim!) Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? (I Coríntios 3: 4).
• A substituição da santidade pela integridade(Qualidade de íntegro; inteireza.
Retidão, imparcialidade), Santidade é dom de Deus, ao passo que integridade é desenvolvida pelo homem, em outras palavras isto é humanismo.
• Perda do arrependimento pela recuperação(O arrependimento liberta na hora, através de Cristo, SOLO CHRISTUS. Mas hoje em dia a maioria das pessoas diz diante do apelo para aceitarem Jesus, eu vou me libertar disso ou daquilo primeiro depois eu O aceito. SOLO CHRISTUS liberta.
• Perda da verdade pela intuição, (Verdade é a palavra de Deus, Jo. 17,17, intuição é a visão humana, é o modo do homem perceber, discernir; é o que o homem pensa).
• Perda da fé pelo sentimento, (ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem, ao passo que sentimento é o ato de perceber, apreciar; ter noção, Palpite, pressentimento, mas tudo isso está longe da inabalável FÉ que norteou a igreja por séculos).
• Por fim a perda da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata.
• Nesse contexto Cristo desaparece e sua cruz se desloca do centro da visão de muitas igrejas.
Solo Christus
• A igreja deve reafirmar que sua salvação é realizada unicamente pela obra mediatória e vicária de Cristo no golgota.
• Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
• A igreja deve negar que o evangelho esteja sendo pregado se a obra vicária de Cristo não estiver sendo declarada, e se a fé em Cristo e em sua obra não estiver sendo pregadas.
SOLA GRATIA: O Evangelho sob ameaça
O Evangelho de Jesus cristo está sendo desvirtuado pelo excesso de Confiança na capacidade humana.
• O evangelho da auto-estima, o evangelho da saúde e da prosperidade, estão transformando o verdadeiro evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores, tal qual fez a igreja católica no passado. Esse tipo de pregação ofusca a doutrina da justificação pela fé.
• Muitas igrejas não pregam mais o evangelho da salvação, e da santificação.
• A graça de Deus em Cristo evidenciada no evangelho não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. At. 4.12.
• Todo ser humano nasce espiritualmente morto no pecado e não é capaz de salvar-se a não ser pela graça regeneradora. Sola Gratia salva.
Sola Gratia
• A igreja deve reafirmar que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente por sua graça em Cristo.
• E que a obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, livrando-nos da servidão do pecado e erguendo-nos da morte espiritual para a vida espiritual.
• A igreja deve negar que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação.
• A igreja deve reafirmar que a fé não é produzida pela natureza humana não-regenerada, mas que é um dom de Deus.

SOLA FIDE: O Artigo Primordial da fé.
Não há nada que o homem possa fazer para ser salvo a não ser CRER e receber Cristo como Salvador.
A justificação é somente pela graça, SOMENTE POR INTERMÉDIO DA FÉ, SOLA FIDE e somente por meio de Cristo. Este é o artigo pelo qual a igreja se sustenta.
Este é um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, e até negado por líderes, estudiosos, teólogos e até pastores evangélicos, que colocam doutrinas humanas como necessárias à salvação. Mas SOLA FIDE é suficiente para a salvação, vaja o caso do ladrão na cruz por exemplo. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. Luc. 23,42-43.
Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora PELA FÉ, e SOLA FIDE somente pela FÉ,andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Romanos 8: 1). Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser somente pela FÉ na obra salvadora de Cristo. A base não é a devoção à igreja, ou a nossa moralidade, mas a FÉ no que Deus fez por nós em Cristo, independente do que nós podemos fazer para alcançar Deus.


Sola Fide
Reafirmamos que a justificação é somente pela graça, somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou que uma instituição que reivindique ser igreja, mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.
SOLI DEO GLORIA: O Culto Centrado em Deus
Onde quer que na igreja se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus nós estamos fazendo o trabalho Dele do nosso modo, e não estamos dando a Ele a glória devida. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é visível e lamentável. É essa perda que está permitindo transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-se bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando cada vez menos para muitos de nós.
Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em adorar e glorificar a Deus, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós.
Soli Deo Gloria
A salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre por isso. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade Dele, e para sua glória somente.
Não podemos glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, e se negligenciarmos sua Lei ou o Evangelho em nossa pregação. É preciso fazer tudo com decência e ordem e para gloria de Deus.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Deixem Deus ser Deus": A Predestinação de Acordo com Martinho Lutero


"Deixem Deus ser Deus": A Predestinação de Acordo com Martinho Lutero

O problema da predestinação é levantado pela especificidade da tradição judeu-cristã: o fato de que Deus revelou-se exclusivamente num povo, Israel, e supremamente num homem, Jesus de Nazaré. Jesus, assim como Paulo, falou dos “eleitos” e dos “poucos escolhidos”. A tensão entre a livre eleição de Deus e a resposta humana genuína está presente já nos documentos do Novo Testamento. Entretanto, Agostinho, em sua luta clássica com Pelágio, foi quem primeiramente desenvolveu uma doutrina madura da predestinação.
Para Pelágio, a salvação era uma recompensa, o resultado das boas obras livremente realizadas pelos seres humanos. A graça não era algo diferente ou além da natureza, nem acima dela; a graça estava presente dentro da própria natureza. Em outras palavras, a graça era simplesmente a capacidade natural, que todos possuem, de fazer a coisa certa, de obedecer aos mandamentos e assim obter a salvação. Agostinho, por outro lado, via um grande abismo entre a natureza, em seu estado caído, e a graça. Profundamente cônscio da impotência total de sua própria vontade em escoher corretamente. Agostinho entendia a salvação como a livre e surpreendente dadivda de Deus: “Atribuo à tua graça e misericórdia, porque dissolveste meus pecados como se fossem gelo”. Se, entretanto, a fonte de nossa conversão a Deus reside não em nós mesmos, mas somente no bom prazer de Deus, por que alguns reagem positivamente ao Evangelho, enquanto outros o desprezam? Essa pergunta levou Agostinho à discussão paulina da eleição, exposta em Romanos 9-11. Aqui ele encontra a base para sua própria doutrina “cruel” da predestinação: da massa da humanidade decaída, Deus escolhe alguns para a vida eterna e omite outros que estão, assim, destinados à destruição, e tal decisão é feita independentemente de obras ou méritos humanos.
Durante os mil anos transcorridos entre Agostinho e Lutero, a principal corrente da teologia medieval dedicou-se a dissolver o severo predestinacionismo daquele. É verdade que Pelágio fora condenado no Concílio de Éfeso (431), e o semipelagianismo, a saber, a visão de que ao menos o inicio da fé, o primeiro voltar-se para Deus, era resultado do livre-arbítrio, foi rejeitado pelo II Concílio de Orange (529). Contudo, a maioria dos teólogos, tentou modificar a doutrina de Agostinho, enfraquecendo a base da predestinação. Alexandre de Hales recorreu ao principio da eqüidade divina: “Deus relaciona-se de igual para igual com todos”. Outros afirmavam que a predestinação era subordinada ao conhecimento prévio, ou seja, Deus elege aqueles que sabe com antecedência que receberão méritos de seu próprio livre-arbítrio. Nenhuma dessas teorias da salvação era “puramente” pelagiana, porque todas requeriam a assistência da graça divina. Ainda assim, o fator crucial continuava sendo a decisão humana de responder positivamente a Deus, em lugar da livre e desacorrentada decisão de Deus de escolher quem desejasse.
Vimos como a doutrina da justificação sustentada por Lutero rompeu decisivamente com o modelo agostiniano de distribuição progressiva da graça. Somos justificados não porque Deus nos está tornando gradualmente justos, mas porque fomos declarados justos com base no sacrifício expiatório de Cristo. Contudo, a partir do princípio anterior da sola gratia , Lutero – e Zuínglio e Calvino depois dele – permanece firme com Agostinho contra os “pelagianos” posteriores que exaltam o livre-arbítrio humano à custa da livre graça de Deus. Nesse aspecto, a linha principal da Reforma Protestante pode ser vista como uma “aguda agostinianização do cristianismo”. Alguns historiadores consideram a doutrina da predestinação de Lutero uma aberração de seus temas principais ou, na melhor das hipóteses, “um pensamento meramente auxiliar”. Mas Lutero via o assunto de maneira diferente. Respondendo ao ataque de Erasmo a essa doutrina, Lutero elogiou o humanista por não aborrecê-lo com questões insignificantes como o papado, o purgatório ou as indulgências. “Apenas você”, ele disse, “atacou a questão verdadeira, isso é, a questão inicial [...] Apenas você percebeu o eixo ao redor do qual tudo gira, e apontou para o alvo vital.”
Uma das queixas de Lutero contra os “teólogos-porcos” era a tese deles de que a vontade humana, em sua própria volição, poderia realmente amar a Deus todas as coisas, ou que, ao fazer seu melhor, mesmo à parte da graça, alguém poderia obter certa permanência perante Deus. A essa avaliação otimista do potencial humano, Lutero opôs um duro contraste entre natureza e graça. “A graça coloca a Deus no lugar no lugar de tudo o mais que ela vê, e o prefere a si mesma, mas a natureza coloca a si mesma no lugar de tudo, e mesmo no lugar de Deus, e busca apenas o que lhe é próprio e não o que é de Deus”. Como “natureza” Lutero não queria dizer simplesmente o reino criado, mas sim o reino criado decaído e particularmente, a vontade humana decaída, que esta “curvada sobre si mesma” ( incurvatus in se ), “escravizada” e manchada com o mal em todas as suas ações. Na Disputa de Heidelberg, em 1518, Lutero defendeu a tese: “Depois da queda, o livre-arbítrio existe apenas nominalmente, e, enquanto, alguém ´faz o que está em si´, está cometendo um pecado mortal”. Inclui-se essa formulação na bula Exsurge Domine , pela qual o Papa Leão X excomungou Lutero, em 1520.
Então, será que Lutero era um determinista absoluto? Erasmo e alguns estudiosos pensavam assim. Lutero, de fato, aproximou-se perigosamente de linguagem necessitariana. Todavia, ele nunca negou que o livre-arbítrio mantém seu poder em assuntos que não se relacionam com a salvação. Assim, Lutero disse a Erasmo: “Sem dúvida você está certo em conferir ao homem algum tipo de livre-arbítrio, mas imputar-lhe um arbítrio que seja livre nas coisas de Deus é demais”. Lutero admitiu abertamente que mesmo uma vontade escravizada “não é um nada”, que, com respeito àquelas coisas “inferiores” a ela, a vontade mantém seu poder total. É apenas com respeito àquilo que é “superior” a ela que a vontade é mantida presa em seus pecados e não pode escolher o bem de acordo com Deus. Aqui, encontramos um paralelo ao desprezo de Lutero para com a razão. Em sua esfera legítima, a razão é o mais elevado dom de Deus, mas no momento em que excede para a teologia, torna-se a “prostituta do diabo”. O mesmo se dá com o livre-arbítrio. Entendido como a capacidade vinda de Deus para tomar decisões ordinárias, para cumprir as responsabilidades no mundo, o livre-arbítrio permanece intacto. O que ele não pode fazer é realizar a própria salvação. Nesse sentido, o livre-arbítrio está totalmente corrompido pelo pecado e cativo a Satanás.
Lutero descreveu a natureza dessa escravidão sob o aspecto de uma luta entre Deus e Satanás.
Assim, a vontade é como um animal entre dois cavaleiros. Se Deus o monta, ele quer ir e vai aonde Deus quer. [...] Se Satanás o monta, ele quer ir e vai aonde Satanás quer; ele não pode escolher correr para um deles ou seguir a um deles, mas os próprios cavaleiros brigam pela posse e controle dele.
Mesmo tendo alguns estudiosos encontrado traços de um dualismo maniqueísta nessa metáfora, Lutero estava meramente desenvolvendo uma imagem já apresentada por Jesus: “...todo o que comete pecado é escravo do pecado” e “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos...” (Jo 8.34,44). Há outro ponto que Lutero desenvolveu com respeito à vontade escravizada. Embora nosso destino eterno, em certo sentido, seja determinado por Deus, não somos com isso compelidos a pecar. Pecamos espontânea e voluntariamente. Continuamos querendo e desejando fazer o mal, a despeito do fato de que em nossas próprias forcas não podemos fazer nada para alterar essa condição. Essa é tragédia da existência humana se a graça: estamos tão curvados sobre nós mesmos que, pensando estar livres, entregamo-nos exatamente àquelas coisas que apenas aumentam nossa escravidão.
O propósito da graça é libertar-nos da ilusão da liberdade, que é na verdade escravidão, e guiar-nos para a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. Só quando a vontaade recebeu a graca, ou, para usar sua outra metáfora, só quando Satanás é vencido por um cavaleiro mais forte, “é que o poder da decisão torna-se realmente livre, em todos os aspectos concernentes à salvação”. A verdadeira intenção por trás do reforço de Lutero à vontade escravizada mostra-se óbvia agora. Deus deseja que possamos ser verdadeiramente livres em nosso amor para com ele; contudo, isso não é possível até que sejamos libertos de nosso cativeiro a Satanás e ao ego. O eco de resposta à escravidão da vontade é a liberdade do cristão .
Visto que, fora da graça, o homem não possui nem uma razão sã, nem uma vontade boa, “a única preparacao infalível para a graça [...] é a eleição eterna e a predestinação de Deus”. Lutero não se esquivou de uma doutrina de predestinação absoluta e dupla, ainda que admitisse que “isso é um vinho muito forte e comida substancial para os fortes”. Ele até restringiu o alcance da expiação aos eleitos: “Cristo não morreu por todos absolutamente”. Contra a objecao de que tal visão transformava Deus num ogro arbitrário, Lutero respondeu – como Paulo – “Deus assim o quer, e porque ele o quer, isso não é perverso”. A “prudencia da carne” diz que “é cruel e miseravel Deus buscar sua glória em minha maldade. Ouça a voz da carne! ´Meu, minha´, diz ela! Lance fora esse ´meu´ e diga, em lugar disso ´Glória a ti, Snhor´, e você será salvo”. A postura da razão é sempre de egocentrismo. Deus é apenas tão “injusto”, falando estritamente, ao justificar os ímpios à parte de seus méritos, quanto o é ao rejeitar outros à parte de seus deméritos. Ainda assim, ninguém reclama da primeira “injustiça”, porque o interesse pessoal está em jogo! Em ambos os casos, Deus é injusto pelos padrões humanos, mas justo e verdadeiro pelos seus. Lutero recusou-se a submeter Deus ao tribunal da justiça humana como se a “Majestade, que é o criador de todas as coisas, tivesse de curvar-se a uma das escórias de sua criação”. “Deixem Deus ser bom”, clamava Erasmo, o moralista. “Deixem Deus ser Deus”, replicava Lutero, o teólogo.
Embora Lutero nunca tenha suavizado sua doutrina da predestinação (como fizeram posteriormente os luteranos), ele de fato tentou estabelecer o mistério no contexto da eternidade. Lutero nunca admitiu que os inescrutáveis julgamentos de Deus eram realmente injustos, mas sim que somos incapazes de apreender o quanto são justos. Há, segundo ele, três luzes – a luz da natureza, a luz da graça e a luz da glória. Pela luz da graça, tornamo-nos capazes de entender muitos problemas que pareciam insolúveis pela luz da natureza. Mesmo assim, na luz da glória, os retos julgamentos de Deus – incompreensíveis para nós agora, mesmo pela luz da graça – serão abertamente manifestos. Lutero, então, apelava para a reivindicação escatológica da decisão de Deus na eleição. A resposta ao enigma da predestinação encontra-se no caráter oculto de Deus, por trás e alem de sua revelação. No final, quando tivermos prosseguido através das “luzes” da natureza e da graça para a luz da glória, o “Deus escondido” se mostrará um só como o Deus que está revelado em Jesus Cristo e proclamado no Evangelho. Nesse ínterim, Lutero admitiu, podemos apenas acreditar nisso. A predestinação, como a justificação, é também sola fide.
Ninguém conhecia melhor do que Lutero a angústia que o duvidar da própria eleição podia provocar numa alma vacilante. Como um pastor poderia responder a alguém que estivesse atormentado por esse problema? Lutero deu duas respostas a essa questão, uma para o cristão forte, a outra para o mais fraco ou para o novo convertido. A mais alta posição entre os eleitos pertence àqueles que “se conformam com o inferno se Deus o deseja”. A resignação com o inferno era tema popular na tradição mística e significava passividade absoluta, um total deixar-se perder ( Gelassenheit ) ante o abismo do ser de Deus. Lutero dizia que Deus dispensava esse dom aos eleitos de maneira breve e escassa, quase sempre na hora da morte.
Mais, comumente Lutero era chamado a aconselhar cristãos comuns que estavam atormentados pela questão da eleição. O conselho básico de Lutero era: “Agradeça a Deus por seus tormentos!”. É característico dos eleitos, não dos réprobos, tremer em face dos desígnios ocultos de Deus. Além disso, ele instava por uma completa refutação do diabo e uma contemplação de Cristo. Foi típica sua resposta a Bárbara Lisskirchen, que estava aflita sentindo não se encontrar entre os eleitos:
“Quando tais pensamentos a assaltam, você deve aprender a perguntar a si mesma: “Por favor, em que mandamento está escrito que eu deva pensar sobre esse assunto e lidar com ele?”. Quando parecer que não há tal mandamento, aprenda a dizer: “Saia daqui, maldito diabo! Você está tentando fazer com que eu me preocupe comigo mesma. Meu Deus declara em todos os lugares que eu devo deixá-lo tomar conta de mim [...]”. A mais sublime de todas as ordens de Deus é esta, que mantenhamos diante de nossos olhos a imagem de seu Filho querido, nosso Senhor Jesus Cristo. Todos os dias ele deve ser nosso excelente espelho, no qual contemplamos o quanto Deus nos ama e quão bem, em sua infinita bondade, ele cuidou de nós ao dar seu Filho amado por nós. Desse modo, eu digo, e de nenhum outro, um homem aprende a lidar adequadamente com a questão da predestinação. Será evidente que você crê em Cristo. Se você crê, então será chamada. E, se é chamada, então muito certamente está predestinada. Não deix que esse espelho e trono de graça seja quebrado diante de seus olhos [...] Contemple o Cristo dado por nós. Então, se Deus desejar, você se sentirá melhor”.
A doutrina da predestinação defendida por Lutero não era motivada por interesses especulativos ou metafísicos. Era uma janela para a vontade graciosa de Deus, que se ligou livremente à humanidade em Jesus Cristo. A predestinação, como a natureza do próprio Deus, só pode ser atingida mediante a cruz, mediante as “feridas de Jesus”, às quais Staupitz havia dirigido o jovem Lutero em suas primeiras batalhas.
Pb. João Batista